Trump aumenta tarifa sobre importação de aço e Alumínio para 50%

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no dia 30 de maio, um novo aumento nas tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevando a alíquota de 25% para 50%. A medida entrou em vigor no dia 4 de junho, e promete intensificar as tensões no comércio internacional.
Escopo da Medida
O novo pacote tarifário afeta 289 categorias de produtos, representando aproximadamente US$ 147,3 bilhões em mercadorias importadas. O Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA entre março de 2024 e fevereiro de 2025, está entre os países mais atingidos, ao lado de México e Canadá.
A medida é vista como um movimento estratégico de Trump para reforçar sua retórica protecionista, especialmente em um momento de crescente polarização política nos Estados Unidos.
Reações Internacionais
O aumento tarifário gerou críticas imediatas e duras de aliados comerciais tradicionais dos EUA:
- Canadá: A Câmara de Comércio canadense classificou a medida como ?antiética à segurança econômica da América do Norte? e acusou Washington de atacar diretamente as indústrias e os trabalhadores canadenses.
- União Europeia: A Comissão Europeia declarou que está preparada para retaliações comerciais. Bruxelas sinalizou que poderá adotar medidas proporcionais para proteger sua indústria siderúrgica e seu mercado interno.
- Austrália: O governo australiano também condenou o aumento, afirmando que se trata de uma decisão "injustificada" e que "não corresponde ao comportamento esperado de um país aliado".
Impactos para o Brasil
Para o Brasil, o novo cenário representa sérios desafios para a indústria siderúrgica nacional, especialmente empresas que têm os Estados Unidos como destino relevante de suas exportações. Entre os principais efeitos estão:
- Perda de competitividade frente a fornecedores de outros mercados com acordos preferenciais;
- Aumento de estoques e queda nos preços internos, com possível impacto negativo em margens e empregos;
- Reavaliação das estratégias de exportação, incluindo a busca por novos mercados ou maior foco em produtos com maior valor agregado.
Além disso, especialistas apontam que a política tarifária americana poderá gerar uma reação em cadeia no comércio global, com mais países adotando medidas protecionistas em resposta.
O Que Podemos Esperar?
A decisão de Trump marca mais um capítulo nas disputas comerciais internacionais envolvendo os EUA. Para os próximos meses, espera-se:
- A intensificação de disputas na OMC, caso os países afetados decidam questionar a legalidade da medida;
- Aumento das negociações bilaterais buscando isenções ou cotas específicas;
- Potencial realocação de investimentos e revisão de cadeias de suprimentos por parte das indústrias afetadas.
A elevação das tarifas de aço e alumínio para 50% pelos EUA reacende preocupações sobre o protecionismo global e seus efeitos sobre a estabilidade do comércio internacional. O Brasil, fortemente impactado, precisará agir diplomaticamente e buscar soluções estratégicas para mitigar os efeitos dessa medida.
Empresas do setor devem se manter informadas, revisar contratos de exportação e fortalecer suas áreas de compliance aduaneiro e inteligência comercial para lidar com este novo cenário desafiador.