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Brasil registra aumento nas importações de fertilizantes em agosto

Brasil registra aumento nas importações de fertilizantes em agosto

Em agosto de 2025, o Brasil registrou o maior volume de importações de fertilizantes NPK desde outubro de 2024, com crescimento de 6% em relação a julho. Esse movimento confirma uma tendência de alta gradual que vem sendo observada nos últimos anos. Entre janeiro e agosto de 2025, o volume importado foi 41% superior ao mesmo período de 2020, com avanço de 9% apenas em 2025.

Queda na importação de ureia em 2025

Apesar do crescimento geral, a ureia, principal fonte de nitrogênio utilizada na agricultura brasileira, apresentou queda expressiva. O produto, que alcançou pico histórico em 2021 com mais de 4,5 milhões de toneladas, perdeu espaço em 2025. Entre janeiro e agosto deste ano, as importações caíram 15% na comparação anual.

Entre os fatores que impactaram a queda estão a alta demanda da Índia, estimulada por um ciclo de monções favorável, além de conflitos no Oriente Médio, que afetaram a produção e exportação de grandes fornecedores como Irã e Egito. Também pesaram as expectativas de restrições chinesas às exportações e o aumento no preço da amônia, fatores que reduziram a janela de importação do Brasil para atender à safra de grãos e à safrinha de milho.

Sulfato de amônio supera ureia pela primeira vez

Na contramão da queda da ureia, o sulfato de amônio registrou crescimento expressivo em 2025. No acumulado até agosto, as importações aumentaram 57% em relação a 2024. O movimento foi favorecido por quedas nos preços durante julho e agosto, reflexo de uma postura mais agressiva do mercado chinês, responsável por 99% das exportações do produto ao Brasil. A China buscou reduzir seus estoques diante de uma demanda global enfraquecida.

Esse cenário resultou em um marco histórico: pela primeira vez, o volume importado de sulfato de amônio superou o de ureia. A relação entre os dois produtos caiu de 140% em 2020 para -3% em 2025, evidenciando uma mudança estrutural na demanda agrícola brasileira.

Perspectivas para o mercado de fertilizantes no Brasil

A inversão da liderança entre ureia e sulfato de amônio reforça a necessidade de estratégias nacionais para garantir segurança no abastecimento de fertilizantes e maior competitividade para o agronegócio. Com o Brasil entre os maiores consumidores mundiais de fertilizantes, o acompanhamento do mercado internacional e das condições geopolíticas seguirá sendo fundamental para orientar importadores, produtores rurais e formuladores de políticas públicas.