O mercado global de transporte marítimo apresentou uma nova alta nas tarifas de frete, indicando uma possível recuperação após 17 semanas consecutivas de queda. Segundo o Drewry World Container Index (WCI), o índice global de fretes subiu 3%, alcançando US$ 1.746 por contêiner de 40 pés na última semana. Essa é a segunda semana seguida de valorização, reforçando uma tendência de estabilização das tarifas após meses de pressões sobre os preços no setor de comércio exterior e logística internacional.

Rotas transpacíficas e Ásia-Europa lideram os ganhos

As rotas transpacíficas foram as que mais contribuíram para a elevação do índice. De acordo com o levantamento da Drewry, as tarifas spot de Xangai para Los Angeles subiram 4%, chegando a US$ 2.290 por contêiner, enquanto os embarques de Xangai para Nova York registraram aumento de 6%, totalizando US$ 3.420.

Na rota Ásia-Europa, também houve crescimento expressivo: os fretes de Xangai para Rotterdam avançaram 4%, atingindo US$ 1.736, e os de Xangai para Gênova subiram 2%, chegando a US$ 1.855.

Transportadoras aplicam novos reajustes de tarifas

Os analistas da Drewry projetam que os fretes marítimos devem continuar subindo levemente nas próximas semanas, impulsionados pelos GRIs (General Rate Increases) implementados em meados de outubro.

Para conter a volatilidade e sustentar o movimento de alta, transportadoras globais anunciaram novas tarifas FAK (Freight All Kinds), válidas a partir de 1º de novembro, com valores entre US$ 2.600 e US$ 2.700 por contêiner de 40 pés.

Além disso, novos aumentos gerais estão previstos para os dias 1º e 15 de novembro, enquanto as companhias buscam garantir melhores margens de receita antes que os efeitos dos reajustes se dissipem.

Perspectiva: alta temporária no mercado de fretes

Apesar do recente avanço, o Container Forecaster da Drewry alerta que o equilíbrio entre oferta e demanda tende a enfraquecer nos próximos trimestres, o que pode resultar em nova queda nas tarifas spot ainda no início de 2026.

A combinação de capacidade excedente, redução de volumes sazonais e ajustes de rotas pode novamente pressionar os preços, exigindo planejamento logístico e flexibilidade por parte de exportadores e importadores.