O estado de Santa Catarina vem consolidando sua posição como um dos principais destinos para operações de importação no Brasil, atraindo empresas de diversos setores que anteriormente concentravam suas cargas em portos mais tradicionais, como o de Santos. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as importações catarinenses cresceram 15,3% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, somando US$ 8,73 bilhões, contra US$ 7,56 bilhões em 2024.

Esse crescimento, de mais de US$ 1,17 bilhão, não se deve apenas à logística eficiente dos portos catarinenses. O estado tem se destacado pela agilidade na liberação de cargas, benefícios fiscais atrativos e impacto positivo no fluxo de caixa das empresas, criando um ambiente altamente competitivo para o comércio exterior.

Solução estratégica para o crédito de ICMS

Um dos grandes diferenciais de Santa Catarina é sua solução para o acúmulo de créditos de ICMS, um problema recorrente nas operações de importação. Normalmente, o imposto pago na entrada do produto é de cerca de 18%, valor que, sem compensação imediata, fica imobilizado no balanço da empresa. Com a operação via SC, o empresário consegue estancar esse acúmulo, promovendo uma liberação mais rápida dos recursos e melhorando seu planejamento financeiro e fluxo de caixa.

Mesmo nas empresas que conseguem utilizar os créditos, o processo é lento: o valor pode ficar retido por três a quatro meses, aguardando o ciclo completo de produção, armazenamento, venda e faturamento. Para muitas companhias, esse intervalo representa um custo de oportunidade alto.

Benefícios fiscais e eficiência logística

Outro ponto que tem chamado a atenção do setor empresarial é a possibilidade de operar com os incentivos fiscais de SC sem precisar abrir uma filial no estado. O modelo de importação por encomenda permite que empresas de outros estados importem com os mesmos benefícios, reduzindo significativamente carga tributária e custos operacionais, mesmo para empresas localizadas no Sudeste ou Centro-Oeste.

Em um cenário de volatilidade cambial e instabilidade política, muitas empresas estão buscando antecipar suas importações como forma de garantir previsibilidade no abastecimento e diluir oscilações do dólar. Essa prática, conhecida como "hedge natural", tem sido amplamente recomendada por operadores logísticos e consultores de comércio exterior.

Ao utilizar essa estratégia, as empresas conseguem planejar melhor seus estoques, evitar rupturas na cadeia de suprimentos e negociar com mais segurança no mercado interno, mantendo estabilidade nos preços de venda e margens de lucro.

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