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Países reagem às novas tarifas dos EUA e aumentam tensões no comércio global

Países reagem às novas tarifas dos EUA e aumentam tensões no comércio global

O recente anúncio dos Estados Unidos de aplicar tarifas elevadas a produtos importados de diversos países causou reações imediatas da comunidade internacional, abrindo espaço para uma nova escalada nas tensões comerciais globais. A medida, que afetará cerca de US$ 439 bilhões em produtos chineses, estabelece uma tarifa de 54% sobre itens importados da China, incluindo mercadorias de Hong Kong, e deve entrar em vigor a partir do dia 2 de maio.

Entre os segmentos diretamente atingidos estão plataformas populares de e-commerce como Shein, Temu e AliExpress, que até então se beneficiavam da isenção fiscal para compras de até US$ 800. Com as novas diretrizes, essas compras também estarão sujeitas à tarifação, o que deve alterar significativamente os modelos de negócio dessas empresas e o comportamento dos consumidores norte-americanos.

China reage e promete retaliação

Em resposta, o porta-voz do Ministério do Comércio da China classificou a decisão dos EUA como um ato de bullying unilateral”, afirmando que medidas retaliatórias serão tomadas. “A China defenderá firmemente seus interesses legítimos”, declarou em coletiva de imprensa.

A medida promete deteriorar ainda mais as relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, com impacto direto nas cadeias globais de suprimento, especialmente nos setores de eletrônicos, vestuário, insumos industriais e logística internacional.

União Europeia também se posiciona

A União Europeia, que foi taxada em 20% sobre uma ampla gama de produtos, também reagiu de forma crítica. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as tarifas impostas pelos EUA representam uma ameaça ao comércio internacional e terão impactos negativos para milhões de pessoas em todo o mundo.

Como resposta, a UE informou que aplicará tarifas sobre cerca de € 26 bilhões em produtos norte-americanos, incluindo aço e alumínio, já a partir de abril. Von der Leyen também sinalizou que o bloco estuda novas contramedidas e que, caso os EUA não estejam abertos ao diálogo, a União Europeia irá reforçar acordos com outros mercados estratégicos, como o Mercosul, como forma de diversificar seus fluxos comerciais.

Taiwan considera tarifas “irracionais”

Outro país afetado, Taiwan, que recebeu tarifa de 32%, também repudiou as novas medidas. O porta-voz do gabinete taiwanês, Lee Hui-chih, considerou a decisão altamente irracional e afirmou que as tarifas não refletem a relação econômica e comercial entre as duas economias. Taiwan pretende iniciar negociações formais com os Estados Unidos para reverter ou suavizar os impactos da nova política tarifária.

Escalada global: 14 países já se manifestaram

Até o momento, 14 países já expressaram insatisfação ou anunciaram medidas de retaliação em resposta ao anúncio da Casa Branca. O receio de uma nova onda de protecionismo econômico é crescente, com especialistas temendo por uma desaceleração global caso as tensões não sejam resolvidas por meio da diplomacia.

Impactos na logística e no comércio exterior

Para o setor de logística internacional, as novas tarifas implicam em:

  • Aumento de custos operacionais para importadores e exportadores;
  • Reavaliação de rotas e fornecedores internacionais;
  • Possível relocalização de centros de distribuição globais;
  • Pressão nos prazos de entrega e nos contratos comerciais.

Empresas brasileiras que operam com comércio exterior devem acompanhar de perto os desdobramentos, especialmente aquelas que têm cadeias produtivas ligadas a parceiros como China, EUA e União Europeia.