Estimativa de 51 cancelamentos de viagens marítimas nas próximas semanas
De acordo com uma análise recente de uma consultoria internacional especializada em transporte marítimo, as viagens canceladas nas próximas quatro semanas totalizarão 51 saídas em branco (blank sailings) de um total de 714 partidas anunciadas. Em média, 93% dos navios devem iniciar suas viagens conforme o previsto.
Principais rotas afetadas
Nas próximas quatro semanas, estima-se que as principais rotas - Transpacífico, Transatlântico e Ásia–Norte da Europa e Mediterrâneo - devem registrar um índice de cancelamento equivalente a 7% do total de partidas.
Tensões comerciais aumentam entre EUA e China
As tarifas impostas pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) têm ampliado as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Apesar disso, as companhias marítimas afirmam que não repassarão os custos adicionais aos embarcadores em suas escalas nos portos norte-americanos.
Novas taxas portuárias aplicadas a navios chineses que atracam em portos dos EUA - e tarifas de retaliação sobre embarcações vinculadas aos EUA que entram na China - já estão em vigor, adicionando centenas de dólares por TEU aos custos operacionais e complicando os fluxos comerciais. Mesmo com esse cenário, o impacto operacional deve ser limitado, já que as companhias estão ajustando suas redes e reduzindo a exposição em rotas mais afetadas.
Conflitos trabalhistas e medidas de capacidade pressionam a logística
Além das tensões comerciais, os conflitos trabalhistas na Europa e medidas de gestão de capacidade, como cancelamentos de viagens e suspensões de serviços, estão aumentando a pressão sobre a cadeia de suprimentos global.
Em outubro, as companhias marítimas anunciaram 90 cancelamentos de viagens, frente a 58 em setembro, o que representa uma redução de 6% na capacidade das principais rotas Leste–Oeste. Já para novembro, a previsão é de aumento de 9% na capacidade e queda para 52 viagens canceladas.
Neste cenário, é de suma importância que, tanto importadores e agentes de carga adotem uma postura proativa diante das incertezas atuais:
- Garantir espaço com antecedência nos navios;
- Avaliar rotas alternativas e terminais menos congestionados;
- Monitorar atualizações de serviços e horários portuários;
- Manter comunicação estreita com os prestadores logísticos.