Greve da Receita Federal: suspensão do desembaraço aduaneiro pode impactar importações

Os funcionários da Receita Federal iniciaram a suspensão do desembaraço aduaneiro em um movimento de protesto por reajuste salarial. A ação, denominada "Desembaraço Zero", terá duração de 15 dias e faz parte da greve dos auditores fiscais iniciada em 2024.
Motivações e Reivindicações
A paralisação visa pressionar o governo federal por um reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho. A categoria já vinha realizando mobilizações e, com a nova fase do protesto, a liberação de mercadorias pela alfândega ficará comprometida.
Até o momento, não há perspectiva de um acordo entre os auditores fiscais e o governo. O Comando Nacional de Mobilização (CNM) reforça que as demandas da categoria precisam ser atendidas para evitar impactos ainda mais graves no comércio exterior brasileiro.
Impactos no Comércio Exterior e na Economia
A suspensão do desembaraço aduaneiro pode gerar acúmulo de processos, atrasos na liberação de cargas e congestionamento em portos e aeroportos. Setores como eletrônicos, moda e automotivo já sinalizam preocupações com a retenção de mercadorias.
Alguns produtos essenciais, como medicamentos e cargas vivas, estão isentos da paralisação. No entanto, especialistas alertam que cadeias de suprimentos podem ser severamente afetadas caso o movimento se estenda por mais tempo. A greve já causou o acúmulo de quase 100 mil processos atrasados, gerando um prejuízo estimado em R$ 3,5 bilhões devido ao aumento de custos logísticos.
Reflexos no Mercado e no Consumidor Final
Se a greve se prolongar, os impactos podem ser sentidos diretamente pelo consumidor, com escassez de produtos no varejo e possíveis aumentos de preços. Empresas importadoras e exportadoras também podem enfrentar dificuldades na operação, refletindo no abastecimento de diversos setores. A situação segue sem uma solução definitiva, enquanto as negociações entre os auditores e o governo permanecem em impasse.